23/10/2017

Uma Possível Nova Guerra Fria Nos Assusta!


   

   A doutrina da dissuasão nuclear, que passa por um teste na atual crise entre Estados Unidos e Coreia do Norte, nasceu na Guerra Fria, quando as duas potências da época afirmavam que qualquer ataque teria represálias apocalípticas.

   Em plena corrida armamentista, Washington e Moscou multiplicavam o número e a potência de suas ogivas nucleares, assim como a quantidade de vetores (mísseis, aviões, submarinos) para conseguir o que os especialistas chamam de “Destruição Mútua Assegurada” (MAD, na sigla em inglês).
   De acordo com os números do Bulletin of the Atomic Scientists (BAS), em 1990 os Estados Unidos tinham quase 22.000 ogivas nucleares (4.480 atualmente), e a Rússia, quase 30.000 (contra 7.000 atualmente, incluindo as que devem ser desmanteladas).
   A quantidade poderia provocar a destruição completa, por diversas vezes, dos dois países. 
   O pesquisador Bruno Tertrais, da Fundação para a Pesquisa Estratégica (FRS), afirma que “a arma nuclear, inventada há quase 70 anos, se tornou eficaz como instrumento de prevenção da guerra, porque não aconteceu conflito entre grandes potências desde então”.
   Até recentemente, os EUA vinham lidando com a ameaça norte-coreana de forma diplomática, impondo sanções na tentativa de sufocar a economia e forçar o regime a desistir de seu programa nuclear. Mas, ao ser pressionado, Kim Jong Un tem respondido com uma retórica agressiva, ameaçando com novos testes e dizendo-se pronto para entrar em uma guerra.
   A atual crise começou com a intensificação da atividade militar da Coreia do Norte, que passou a testar a capacidade de novos mísseis desde o início do ano. Disposto a não tolerar as provocações norte-coreanas, o presidente dos EUA, Donald Trump, que assumiu em janeiro deste ano, ameaçou uma retaliação energética em caso de um novo teste nuclear.
   Apesar da retórica agressiva de Trump, uma ação militar contra a Coreia do Norte é extremamente arriscada. Devido ao isolamento da Coreia do Norte, não há uma estimativa precisa do arsenal do país. Acredita-se que o regime disponha de mais de mil mísseis de diferentes alcances. Os testes recentes levam a crer que o país ainda conseguiu desenvolver um míssil balístico intercontinental capaz de abrigar uma ogiva atômica capaz de atingir os EUA. Além disso, no caso de sofrer qualquer ataque militar, o regime de Kim Jong Un tem poder de fogo para realizar um ataque nuclear contra nações vizinhas, como a Coreia do Sul e o Japão.
   Como o programa nuclear norte-coreano já foi motivo de outras crises agudas no passado, espera-se que a atual tensão não passe da retórica agressiva e troca de acusações entre EUA e Coreia do Norte. Mas, diante de dois líderes intempestivos como Donald Trump e Kim Jong Un, o desfecho dessa crise é imprevisível.

Fonte 1: https://exame.abril.com.br/mundo/crise-entre-eua-e-coreia-do-norte-herdou-conflito-da-guerra-fria/
Fonte 2: http://epoca.globo.com/mundo/noticia/2017/09/coreia-do-norte-e-estados-unidos-seguem-rumo-uma-nova-guerra-fria.html

Cuba X Estados Unidos
   No final de 2015, a decisão dos presidentes Barack Obama e Raúl Castro de retomar as conversas entre Cuba e Estados Unidos para que os laços diplomáticos fossem reatados foi histórica. Desde então, a relação entre os dois países vem aos poucos se estreitando em direção ao que parece ser o fim de um dos mais conhecidos conflitos geopolíticos.

COMO SURGIU O CONFLITO?
    Até a década de 1950, Cuba e Estados Unidos eram grandes aliados. Cuba era governada por uma ditadura militar chefiada por Fulgêncio Batista, aliado dos EUA. A economia do país era baseada na exportação de tabaco e açúcar e a ilha sofria graves problemas sociais, como concentração fundiária e miséria da população rural. As indústrias de açúcar e muitos hotéis eram dominados por grandes empresários norte-americanos e, ao mesmo tempo, a capital Havana possuía cassinos e festas para os americanos, que usavam Cuba como uma espécie de colônia de férias. 
   Esse cenário de desigualdade, dependência econômica e forte influência dos EUA na política cubana levou à formação de uma guerrilha camponesa liderada por Fidel Castro e Ernesto Che Guevara. Em 1959 os revolucionários depuseram Fulgêncio Batista e o episódio ficou conhecido como Revolução Cubana.

ATUALMENTE:
    As conversas entre o governo de Cuba e Estados Unidos começaram em junho de 2013. Foram realizados diversos encontros entre os representantes dos dois lados no Vaticano e no Canadá. Segundo a Casa Branca, o Papa Francisco teve papel crucial na reaproximação. Em pronunciamento naquele ano, Barack Obama lembrou que os EUA já possuíam relações econômicas com a China há 35 anos, um país comunista de longe muito maior do que Cuba, assim como também reatou relações com o Vietnã alguns anos antes.
   O anúncio da retomada das relações foi feito oficialmente em 17 de dezembro de 2014. Após a troca de prisioneiros entre os dois países, o presidente Obama declarou que estava pronto para negociar os termos da reaproximação.
  Em 20 de julho de 2015 a embaixada de Cuba foi reaberta oficialmente em Washington, nos Estados Unidos, após 54 anos do rompimento das relações entre os dois países. Em março de 2016, o presidente Barack Obama fez uma visita a Cuba para participar da cerimônia de reabertura da embaixada estadunidense em Havana.
   Apesar dos esforços de Barack Obama em reaproximar as duas nações, logo após assumir a presidência dos Estados Unidos no início de 2017, o governo Donald Trump anunciou uma revisão completa das políticas do país em relação a Cuba. Segundo o porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, o foco da revisão está nas políticas de direitos humanos, já que Cuba é acusada pelos norte-americanos de violar estes princípios ao perseguir opositores políticos.


Fonte: http://www.politize.com.br/cuba-e-estados-unidos-reaproximacao/

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